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Exportação de Feijão Preto vai exigir articulação

 

 

Corretores e comerciantes demonstram mais receio do que os próprios produtores quanto a uma possível queda nos preços do feijão-carioca. De fato, essa tendência já começou a se desenhar nos últimos dias. Fora das fazendas, é sabido que qualquer retração nos valores gera uma pressão intensa por parte do varejo para reduções imediatas — e basta que poucos compradores entrem no mercado para que os preços voltem a subir. Nada surpreendente — mas é reconhecido que esse vaivém provoca um desgaste significativo, mesmo que momentâneo.

 

Durante o Summit Brazil Superfoods, realizado em Brasília, ficou claro que, para o Brasil ganhar maior relevância no mercado de feijão-preto da América Central, será fundamental o envolvimento do governo na busca pela diminuição ou isenção das tarifas de importação em alguns países. Todas as nações integrantes da ALCA impõem tarifas elevadas — em alguns casos, superiores a 25% — sobre importações realizadas fora do bloco. Esse cenário será debatido com o governo federal, considerando duas possibilidades: negociar como bloco Mercosul com a ALCA ou conduzir tratativas bilaterais com cada país.

 

O entrave está no fato de que, para alguns desses países, importar produtos de fora dos acordos regionais pode acarretar implicações diplomáticas. Em casos de falhas significativas na produção dos principais fornecedores locais, abrem-se exceções — mas, via de regra, são medidas pontuais e temporárias.

 

Diante disso, é imprescindível que o Brasil trate o feijão como uma pauta estratégica. Expandir o acesso aos mercados internacionais requer articulação política, diplomacia comercial e, principalmente, o reconhecimento de que o feijão é um alimento valioso, essencial para a segurança alimentar de muitas nações, e com potencial para se tornar um destaque na agenda exportadora do agronegócio brasileiro.